No mês de janeiro de 2021, ao definir a equipe de pesquisadores a desenvolver o trabalho junto ao projeto “Acervo Willi Flick – Catalogação, digitalização e exposição on-line”, assumiu-se a responsabilidade de, pela primeira vez, acessar a integralidade dos itens coletados por Ferdinand Willi Flick durante os seus 52 anos de colecionismo, buscando sistematizar informações sobre os itens que compõem a Coleção Preciosa e entender processos, objetivos e finalidades que poderiam nortear a melhor forma de catalogá-la e apresentá-la à comunidade. Uma vez que os itens foram todos retirados dos recipientes que os guardavam nos últimos anos e foram dispostos aos olhos da equipe, começou-se a discutir como categorizar os materiais.
No site, o acervo está dividido entre álbuns de filmogramas, de fôlderes, de pôsteres e de panfletos de cinema; cartazes; cartas; pôsteres; publicações; e materiais de antigos cinemas da cidade de Vitória da Conquista. Cada um desses itens demandou profunda imersão por parte dos pesquisadores para o entendimento de quais seriam, portanto, as informações objetivas levantadas, compreendendo a complexidade e também a natureza artesanal e afetiva com que Flick lidava com a Coleção.
Considerando que grande parte da Coleção se refere a materiais destinados à divulgação de filmes exibidos em salas de cinema, decidiu-se utilizar a classificação de gênero de filmes sem subcategorias e mais usuais. Sabe-se que alguns filmes estão elencados em gêneros que geram uma certa controvérsia, inclusive a dificuldade de algumas obras se enquadrarem exatamente em um gênero, mas a decisão de pesquisa foi assumir as informações constantes nas bases de dados adotadas, conforme consta na coluna “referências”, dentro das planilhas, podendo ser consultado pelos interessados. Foram definidas como bases de dados prioritárias para consulta dos pesquisadores os sites da Cinemateca Brasileira e o IMDB, no intuito de buscar informações específicas sobre os filmes encontrados nos materiais, mas, eventualmente, outras fontes foram utilizadas durante o processo.
Como o acervo está sob guarda do Museu Pedagógico, em estado provisório, os códigos criados para identificação dos objetos tomam como referência a própria Coleção, não constando número de tombo ou seguindo o padrão utilizado pelo Museu. Para isso, constituiu-se COLEÇÃO PRECIOSA – CATEGORIA – TIPO/GÊNERO – IDIOMA/NACIONALIDADE – ANO – NÚMERO como base para a catalogação dos materiais, havendo algumas diferenciações quando demandadas pelas especificidades dos objetos. São comuns aos acervo o código CP (Coleção Preciosa); e a categoria do item, que pode ser Álbum (ALB), Cartaz (CTZ), Carta (CAR), Documento (DOC), Panfleto (PFT), Pasta (PST), Pôster (POS) e Publicação (PUB). Quanto ao tipo, pode ser: Complicado (CMP), Filmograma (FIL), Fôlder (FLD), LIVRO (LIV), Panfleto (PFT), Pôster (POS), Recortes (REC) e Revistas (REV).
Os gêneros levantados para itens como cartazes e pôsteres são: Ação (ACT), Animação (ANI), Aventura (AVE), Biografia (BIO), Crime (CRI), Comédia (COM), Documentário (DOC), Drama (DRA), Erótico (ERO), Faroeste (FAR) ou Western (WES), Fantástico (FAN), Ficção (FIC), Ficção Científica (FCC), Infantil (INF), Mistério (MIS), Musical (MUS), Policial (POL), Pornográfico ou Sexo Explícito (POR), Suspense (SUS), Thriller (THR) e Terror (TER) . Também no caso de cartazes e pôsteres, são indicados os nomes dos países de produção dos filmes, caracterizados por 3 letras – Exemplo: África do Sul (AFR), Alemanha (ALE), Brasil (BRA). Já os materiais produzidos por Flick ou em língua portuguesa tem BRA na codificação.
Quanto à numeração, ela segue uma ordem baseada na categoria do item e tipo (ou gênero), de forma que não se inicia uma contagem dos documentos a cada ano. Assim, a numeração dos códigos prioriza a compreensão, por exemplo, de quantos cartazes brasileiros de drama há na Coleção, indicando os anos de produção, mas não condicionando o início da contagem a cada ano. Quando não há informações sobre o ano, o código SDD (Sem Data Definida) é utilizado. Em todos os itens buscou-se informações de ano, seja de lançamento de filmes ou da feitura dos itens.
No caso das revistas, códigos foram criados para cada publicação, a critério da pesquisadora, assim como no caso dos materiais de cinemas antigos.
A decisão da pesquisa foi nomear por álbum os diferentes suportes que Flick utilizava para guardar seus filmogramas (fotogramas), pôsteres, fôlderes, recortes e panfletos de cinemas antigos, entendendo que, embora cada um use diferentes estruturas para a disposição de diferentes materiais, pareciam ter, para Willi Flick, o mesmo objetivo, que é a compilação de determinados materiais segundo uma lógica própria do colecionador, em álbuns adaptados artesanalmente por ele.
Após a criação de códigos, os objetos foram identificados com adesivos, agrupados e acondicionados em recipientes específicos com etiquetas. Como não está oficialmente integrado ao corpo de acervos fixos do Museu Pedagógico, a identificação dos organizadores, caixas e pastas também seguem uma classificação independente e não há menção a como localizá-los na planilha, pois, para isso, seria necessário que estivessem alocadas num arquivo fixo.
Alguns dos itens não puderam ser catalogados pela dificuldade de manuseio, como, por exemplo, as latas de filmes, que, fechadas há anos e em circunstâncias inadequadas, poderiam oferecer riscos à equipe. Os poucos equipamentos que constam no acervo também não foram identificados.
Foram produzidas planilhas e fichas gerais para os itens, buscando sistematizar as informações de cada um deles. Para a melhor compreensão dos futuros pesquisadores, recomendamos o acesso aos dois instrumentos de identificação, quando há. As especificidades de codificação de cada item podem ser verificadas na descrição de cada um deles, nos subitens da aba “Acervo”. Os arquivos estão on-line e podem ser acessados clicando em seus respectivos links:
PUBLICAÇÕES:
PÔSTERES:
ÁLBUNS DE FÔLDERES:
ÁLBUNS DE PÔSTERES:
ÁLBUNS DE FILMOGRAMAS:
CARTAS:
CARTAZES:
ÁLBUNS DE RECORTES:
ÁLBUM DE PANFLETOS: